sábado, 28 de junho de 2008

Luiz Barsi Filho - "Nunca vi ninguém que tenha ganho dineiro de verdade com especulação"

Esse post foi retirado da reportagem de capa da revista ValorInveste da edição de maio de 2008. Caso haja interesse em saber mais recomendo a compra da edição.

Ele é só mais um investidor que construiu um verdadeiro império. Todos os dias, vestindo calça jeans e camisa pólo surrada, sai do metrô e caminha alguns quarteirões, até chegar ao prédio da corretora, onde ocupa o seu lugar na mesa de operações. Quem observa a cena que se repete há 30 anos, não imagina que aquele senhor, de quase 70 anos, possui um patrimônio bilionário. Ele é o exemplo acabado do investidor que saiu do nada. Luiz Barsi Filho é filho de imigrantes europeus, que chegaram ao Brasil sem dinheiro algum. Começou trabalhando como ajudante de operador de pregão e aplicava o que sobrava do seu salário, no fim da década de 60. Começou a estudar o mercado de ações, em 1972, para tentar se livrar de um conhecido que tinha cismado em lhe vender um plano de aposentadoria privado. Ele estava convencido de que o investimento em ações era imbatível para a aposentadoria e queria provar isso ao seu conhecido.

Barsi é o maior acionista individual do Banco do Brasil, possui fatias importantes da Eternit e da Unipar. Ele não precisaria ir todos os dias para a corretora, mas para ele é um ritual, “Venho aqui fazer meu tricô”, conta. O olho grudado nas telas de cotações pode dar a impressão de que ele gosta de girar a carteira de ações, mas para ele não há pecado maior que vender. “Nunca vi ninguém que tenha ganho dinheiro de verdade com especulação. Só uns trocados. É uma imbecilidade. O giro continua e só é bom para as corretoras e para a bolsa, que ganham as taxas de corretagem”, assim como Lírio Parisotto seu lema é comprar.

Inspirado pelas filosofias de investimento de Warren Buffet, Barsi construiu ao longo de 35 anos, uma carteira de ações que é um verdadeiro fluxo de dividendos e juros sobre o capital próprio. Há 20 anos não trabalha. Não perde as noites de sono com as turbulências do mercado e as quedas da bolsa. Quando o tempo fecha e os investidores se desesperam, ele compra mais ações. Para ele o que importa não é a cotação, mas o aumento da quantidade de ações em carteira, o que renderá mais dividendos.

O seu método de investir se resume em: comprar ações com projetos perenes, de baixo valor patrimonial e boa distribuição de dividendos. Para ele o investidor tem que ter espírito de parceria, olhar lá na frente, considerar o projeto e sentir-se sócio da empresa. Ainda que tenha perdido muito dinheiro com os bancos Econômico e Nacional, prefere manter a política de não vender. Prefere ter 4% de 5700 postos de gasolina do que ser o dono de um posto inteiro.

Procurei com este post trazer a história de outro grande investidor brasileiro, que conhece profundamente o mercado de ações e viveu profissionalmente desse mercado. Espero que tenham gostado e que essa história conforme os investidores mais aflitos.

Um grande abraço e boa sorte!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

aonde você achou essas reportagens? Tem mais otros grandes investidores que você conheça?

goooooood girl disse...

i like your blog......

Gustavo Fioratti disse...

Como posso entrar em contato contigo? Sou repórter da Folha.
Meus telefones são
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Gustavo