sábado, 21 de junho de 2008

E agora, no que investir?

Eu sei que muitos estão desesperados, com toda razão, com a bolsa. A verdade é que em época de juros altos a única pergunta que nos vem à mente é: "E agora, no que investir?".

Primeiro eu recomendo aos desesperados que leiam o post que escrevi no último sábado contando a história de um dos maiores investidores do país. A história, é no mínimo, esclarecedora, especialmente para os que são iniciantes na Bovespa.

Depois de ler a história, eu resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre o comportamento da Bovespa após o plano Real, na verdade eu fiz a pesquisa levando em consideração os últimos 30 anos, mas os valores que eu achei são tão exorbitantes que prefiro falar sobre o período que eu conheço e lembro.

Bem o resultado foi o gráfico abaixo:

Resolvi marcar 3 momentos históricos que considero de maior importância:

O primeiro momento foi conseqüência da crise de fuga de capitais vivida pelo México, essa crise atingiu o país em dezembro de 94, logo no início do plano Real. Após um ano a Bovespa conseguiu se recuperar e no fim 97 o Ibovespa apreciou mais de 100%.

O cenário econômico do segundo momento está relacionado a duas crises históricas de grande importância: A quebra dos tigres asiáticos e a crise da Rússia. Essas duas crises combinadas tiveram maior impacto sobre a economia brasileira. O resultado foi a adoção do câmbio flutuante (conseqüência: rápida desvalorização em mais de 40% do Real) e elevação da taxa de juros (elevando os juros reais da economia em mais de 50%). O país em 98 sofre um ataque especulativo e quase (mas quase meeesmo) vai à falência e pede socorro ao FMI.

O terceiro e mais recente, foram as eleições presidenciais. Os investidores se sentiram inseguros quanto ao novo presidente eleito e começaram a retirar os investimentos feitos no país. Mais uma vez tivemos desvalorização do Real frente ao Dólar e alta da inflação. Resultado? Elevação da taxa de juros! Depois de 2002 foi só alegria!!!

Atualmente estamos passando por duas crises caráter mundial: A crise americana do subprime e a crise da alta das comodities mundial. Nesta semana em especial tivemos duras baixas na Bovespa por causa da retirada dos investimentos feitos aqui por entidades internacionais para cobrir prejuízos.

A conseqüência imediata da crise das commodities é a inflação e como o efeito dessa crise é mundial, um meio de conter essa crise seria a elevação da taxa de juros pelos principais motores da economia, os Bric’s (Brasil, Rússia, Índia, China) e dos países desenvolvidos (EUA em especial e UE). Isso já está sendo realizado. Um dos principais motivos dessa crise é a desvalorização do Dólar que tem demonstrado efeito direto sobre a demanda.

Prá quem já está comprado e com perdas, não adianta tirar a grana da bolsa, a não ser que a empresa comprada comece a tomar prejuízos.

Pra quem não está comprado não entre agora, espere e crise dar sinais de melhora, não seja afobado por causa do grau de investimento, até por que depois do grau nada mudou. Enquanto a crise não dá sinais de melhora que tal uma renda fixa? Essa inclusive essa é também a opinião de especialistas clique aqui.

A boa notícia é que a crise vai passar e o país vive o melhor momento econômico da sua história, temos encontrado petróleo pra caramba e, graças ao etanol, nos tornamos uma potência energética. Nossa dívida externa está, tecnicamente, paga, somos um dos países do mundo que menos sofre com a inflação e somos grau de investimento. Devemos crescer esse ano cerca de 5% e no ano que vem algo entre 3% e 4% (conseqûencia da crise). As empresas estão se tornando cada vez mais competitivas e lucrativas.

Um lembrete que, apesar de repetitivo não nunca é demais, a bolsa de valores é um investimento de longo prazo. Embora muitos gostem de Day trade e da análise técnica (ou gráfica) a minha opinião é que investimento de curto prazo na bolsa de valores não funciona e deve ser invenção das corretoras de valores para aumentar os seus lucros. Eu, apesar de ter estudado a análise técnica, prefiro a análise fundamentalista e hoje quando penso em bolsa de valores eu penso em longo prazo. É nos fundamentos econômicos que eu quero justificar meus futuros investimentos. É como diz o gurú Warren Buffet: “Você deveria investir como um católico se casa: para o resto da vida”. Salve Buffet!!!

Durante a semana quero dar continuidade às séries de histórias dos investidores que fizeram fortuna na Bovespa. Vou contar a história de Luiz Barsi Filho, um grande investidor brasileiro que fez fortuna investindo o que sobrava do salário que ganhava como corretor de valores.

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