sábado, 7 de junho de 2008

A SELIC e o mercado de ações

Para mais informações sobre a taxa SELIC consulte: http://financialmania.blogspot.com/2008/04/selic-subiu-e-da.html


Na última quarta-feira, o Banco Central elevou a SELIC em mais 0,5%. A decisão do BACEN é um reflexo da política monetária de metas de inflação, toda vez que a inflação fugir da meta, que para este ano era previsto em 4,5%, o BACEN aumenta ou reduz a SELIC.

Se essa inflação estivesse ocorrendo somente por causa dos preços das commodities, o aumento anunciado não teria impacto sobre a inflação, porém o BACEN tem razões para acreditar que existe um caráter especulativo, ou seja, tem empresário aumentando os preços para aumentar seus lucros. Uma prova disso é o fim da CPMF não representou necessariamente uma queda nos preços.

Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o mercado de ações, a verdade é que o aumento da SELIC tem um efeito colateral: a redução da liquidez de recursos financeiros. Essa escassez afeta todo o mercado financeiro e reduz o ritmo da economia. Alguns analistas mais pessimistas já falam no crescimento de 3% do PIB para 2009, antes a previsão era de 4%. Em outras palavras significa, reduzir o ritmo de crescimento da economia para manter a inflação sob controle. Reduzir o crescimento da economia significa reduzir a geração do emprego, da renda, do consumo e finalmente do lucro, é um mal necessário.

A redução do lucro não é a causa, mas a conseqüência. Do ponto de vista do investidor pode ser mais rentável no curto e médio prazo investir em títulos do governo que paguem mais que 12,25% a.a., do que assumir os riscos do mercado de ações em um cenário problemático. Esse medo é o que causa a escassez dos recursos financeiros e é realmente muito mais vantajoso para o curto e médio prazo pensar assim. Para quê correr riscos se eu tenho rentabilidade razoável garantida?

Não acredito que esse aumento cause impactos na apreciação dos ativos negociados na Bovespa, mas acredito que a taxa acima de 13% já comece a causar problemas. Eu falo por mim, no curto e médio prazo eu prefiro investir em títulos do tesouro ao mercado de ações. Hoje os títulos pré-fixados já têm rentabilidade bruta superior a 14% a.a., o que daria uma rentabilidade líquida de aproximadamente 11% a.a.. Para mim já é um investimento de curto prazo interessante. Vale lembrar que é a SELIC é quem dita a rentabilidade desses títulos e que na próxima reunião do COPOM, em Setembro, ela deverá sofrer um novo reajuste, aumentando ainda mais a rentabilidade dos títulos. O mesmo se aplica para qualquer investimento em renda fixa, já que os títulos formam sua base.

Quero terminar esse post com o compromisso de escrever mais dois outros post’s, um sobre o Tesouro Direto, outro sobre uma reportagem da revista ValorInveste que conta as estratégias daqueles que conseguiram fazer fortuna no mercado de ações. Só não consigo dizer quando vou escrever, meu trabalho tem exigido bastante de mim, mas pretendo escrever os dois artigos ainda este mês.

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