sábado, 3 de maio de 2008

O 'Investment Grade' e a economia

‘Investment Grade’ finalmente
No dia 30 de Abril a nossa economia recebeu o reconhecimento de ‘Investment Grade’ pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s, isso significa que o país agora é reconhecido agora como bom pagador.

A importância de sermos ‘Investment Grade’ se dá pela melhora na previsibilidade da economia. Quanto mais previsível melhor a oferta do capital de longo prazo, ou seja, aquele que vem para o país e contribui para o desenvolvimento. Esse capital financiará projetos de construção de pontes, rodovias, imóveis etc. e gerará empregos, portanto é um capital diferente daquele aplicado em ações e outros títulos, pois esse capital tende a ficar parado nas bolsas de valores esperando a sua valorização.

São três as principais agências avaliadoras de risco: a Standard & Poor’s, a Moody’s e a Fitch Ratings. O país recebeu o ‘Investment Grade‘ somente pela Standard & Poor’s, segundo os especialistas quando uma agência altera um grau as outras agências tendem a segui-la. Obter o grau de investimento de mais uma agência é importante porque alguns fundos de investimentos requerem o reconhecimento de grau de investimento de pelo menos duas agências.

Porque a Bovespa subiu?
O reflexo imediato do upgrade foi a reação do índice Bovespa que apontou uma forte apreciação de 6,33% de seus papéis. O efeito de curto prazo é justamente uma euforia dos mercados, os investidores ficam mais animados com a possibilidade de ganhos em curto prazo e resolvem comprar ações, provocando o aumento dos preços das ações.

O impacto mais imediato está nas ações das empresas ligadas ao setor de construção civil e imobiliário, de consumo e financeiro. As empresas ligadas ao mercado interno serão as primeiras a se beneficiar entre elas Gafisa, Cyrela, CCR Rodovias, Lojas Renner, Lojas Americanas, Marisa, Itau, Bradesco e Unibanco. Isso porque o custo de capital tenderá a se reduzir, e será mais fácil de obtê-lo.

O dólar e a SELIC
Com todo esse capital estrangeiro entrando na economia, a tendência é que aumente a pressão para baixo no preço do dólar, uma vez que essa moeda ficará mais abundante no mercado. Isso naturalmente trará impactos negativos na exportação.

Já a redução da taxa SELIC, como disse o presidente do Banco Central, Henrique Meireles, não deverá sofrer redução no curto prazo, isso porque o país vive um surto momentâneo de inflação devido à alta internacional no preço das commodities e ao próprio aquecimento da economia, a própria queda do dólar ajuda a manter os preços mais estáveis. No longo prazo poderá ocorrer uma redução da SELIC com maior intensidade, uma vez que o ‘Investment Grade’ trará mais investimentos o que e ampliará a capacidade produtiva do país.

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